Na pele da vida, o mangue. Bicho, planta, os homens, as mulheres e as crianças. Vozes de águas, olhos do mar. Algas, caranguejos, guaiamuns, morés, tatuís, siris, siés. Braços do desejo infindo de viver. O movimento das marés, seus pulsos...E sob a pele da alma, as asas da memória. O merol: a festa das marisqueiras, dos catadores de caranguejos. Memórias da pele se fazendo canção, mar. Vida que se diz feito dança. Mangue inscrito no corpo, olhar da noite, garganta de sons. Há nesse útero do mar silêncio e dor: conchas de beijos, terra e mar. Por cima da pele, o que Deus botou. Por baixo, as águas da memória: ser. E como quem muda a direção dos ventos, dancemos.