Leitura da vida da dançarina Maria Amélia – rupturas com a cultura do seu tempo, seu desejo pela dança, que ia aos píncaros da passionalidade, seu enlouquecimento e morte, parece-nos um desfio válido de enfrentar. A memória das culturas deve ser lida sob o signo da Dança – não sob a forma de uma reconstrução estritamente factual, como se o vivido e o sentido pelos grupos humanos pudesse ser reproduzido sem os filtros e a interpretação dos que os elegem e lêem. É nesse sentido que a vida de Maria Amélia parece-nos preciosa como metáfora do lugar da Dança na vida, na paixão e no desejo, em seus limites e desdobramentos.